FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO...

"As crianças são seres sociais, têm uma história, pertencem a uma classe social, estabelecem relações segundo seu contexto de origem, têm uma linguagem, ocupam um espaço geográfico e são valorizadas de acordo com os padrões do seu contexto familiar e com a sua própria inserção nesse contexto. Elas são pessoas, enraizadas num todo social que as envolve e que nelas imprime padrões de autoridade, linguagem, costumes."

Sonia Kramer

FONTE: http://www.mre.gov.br/dc/textos/revista7-mat8.pdf

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Descoberta de um Universo: A Evolução do Desenho Infantil

Autora: Thereza Bordoni
"Antes eu desenhava como Rafael,
mas precisei de toda uma existência
para aprender a desenhar como as crianças".
(Picasso)




Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século passado e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então. É a psicologia genética, inspirada pelo evolucionismo e pelo princípio do paralelismo da filogênese com a ontogênese que impõe o estudo científico do desenvolvimento mental da criança (Rioux, 1951).
As concepções de arte que permearam os primeiros estudos estavam calcadas em uma produção estética idealista e naturalista de representação da realidade. Sendo a habilidade técnica, portanto, uma fator prioritário. Foram poucos os pesquisadores que se ocuparam dos aspectos estéticos dos desenhos infantis.
Luquet (1927 - França) fala dos 'erros' e 'imperfeições' do desenho da criança que atribui a 'inabilidade' e 'falta de atenção', além de afirmar que existe uma tendência natural e voluntária da criança para o realismo.
Sully vê o desenho da criança como uma 'arte embrionária' onde não se deve entrever nenhum senso verdadeiramente artístico, porém, ele reconhece que a produção da criança contém um lado original e sugestivo. Sully afirma ainda que as crianças são mais simbolistas do que realistas em seus desenhos (Rioux, 1951).
São os psicólogos portanto, que no final do século XIX descobrem a originalidade dos desenhos infantis e publicam as primeiras 'notas' e 'observações' sobre o assunto. De certa forma eles transpõem para o domínio do grafismo a descoberta fundamental de Jean Jacques Rousseau sobre a maneira própria de ver e de pensar da criança.
As concepções relativas a infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis próprias da psique infantil, a demonstração da originalidade de seu desenvolvimento, levaram a admitir a especificidade desse universo.
A maneira de encarar o desenho infantil evolui paralelamente.
Modo de expressão próprio da criança, o desenho constitui uma língua que possui vocabulário e sua sintaxe. Percebe-se que a criança faz uma relação próxima do desenho e a percepção pelo adulto. Ao prazer do gesto associa-se o prazer da inscrição, a satisfação de deixar a sua marca. Os primeiros rabiscos são quase sempre efetuados sobre livros e folhas aparentemente estimados pelo adulto, possessão simbólica do universo adulto tão estimado pela criança pequena.
Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos rabiscos ou garatujas ( termo utilizado por Viktor Lowenfeld para nomear os rabiscos produzidos pela criança).
O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos Essa passagem é possível graças às interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos. Na evolução da garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criança desenvolve a intenção de elaborar imagens no fazer artístico. Começando com símbolos muito simples, ela passa a articulá-los no espaço bidimensional do papel, na areia, na parede ou em qualquer outra superfície. Passa também a constatar a regularidade nos desenhos presentes no meio ambiente e nos trabalhos aos quais ela tem acesso, incorporando esse conhecimento em suas próprias produções. No início, a criança trabalha sobre a hipótese de que o desenho serve para imprimir tudo o que ela sabe sobre o mundo. No decorrer da simbolização, a criança incorpora progressivamente regularidades ou códigos de representação das imagens do entorno, passando a considerar a hipótese de que o desenho serve para imprimir o que se vê.
É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.
O desenho está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Parte atraente do universo adulto, dotada de prestigio por ser "secreta", a escrita exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes de ela própria poder traçar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos adultos. Porém, mais tarde, quando ingressa na escola verifica-se uma diminuição da produção gráfica, já que a escrita ( considerada mais importante) passa a ser concorrente do desenho.
O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio. Estes estágios definem maneiras de desenhar que são bastante similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade. Esta maneira de desenhar própria de cada idade varia, inclusive, muito pouco de cultura para cultura.
Luquet Distingue Quatro Estágios:
1- Realismo fortuito: começa por volta dos 2 anos e põe fim ao período chamado rabisco. A criança que começou por traçar signos sem desejo de representação descobre por acaso uma analogia com um objeto e passa a nomear seu desenho.
2- Realismo fracassado: Geralmente entre 3 e 4 anos tendo descoberto a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma.
3- Realismo intelectual: estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista ( perspectivas ).
4- Realismo visual: É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um empobrecimento, um enxugamento progressivo do grafismo que tende a se juntar as produções adultas.
Marthe Berson distingue três estágios do rabisco:
1 - Estágio vegetativo motor: por volta dos 18 meses, o traçado e mais ou menos arredondado, conexo ou alongado e o lápis não sai da folha formando turbilhões.
2 - Estágio representativo: entre dois e 3 anos, caracteriza-se pelo aparecimento de formas isoladas, a criança passa do traço continuo para o traço descontinuo, pode haver comentário verbal do desenho.
3 - Estágio comunicativo: começa entre 3 e 4 anos, se traduz por uma vontade de escrever e de comunicar-se com outros. Traçado em forma de dentes de serra, que procura reproduzir a escrita dos adultos.
Em Uma Análise Piagetiana, temos:
1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da fase pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente. Pode ser dividida em:
• Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Com relação a expressão, vemos a imitação "eu imito, porém não represento". Ainda é um exercício.

• Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do traçado; interesse pelas formas (Diagrama).
Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe. Identificada: mudança de movimentos; formas irreconhecíveis com significado; atribui nomes, conta histórias. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, aparecem sóis, radiais e mandalas. A expressão também é o jogo simbólico.
2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido à vínculos emocionais. A figura humana, torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos".
3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos).Esquemas representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra.
4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras existiram.
5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas (10 anos em diante)É o fim da arte como atividade expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparece aqui dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico ( expressão subjetividade) No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. Uma maior conscientização no uso da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva. A expressão aparece como: "eu represento e você vê" Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.
E ainda alguns psicólogos e pedagogos, em uma linguagem mais coloquial, utilizam as seguintes referencias:
• De 1 a 3 anos
É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos.
• De 3 a 4 anos

Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. Ela também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco.
• De 4 a 5 anos

É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, varia no uso das cores, buscando um certo realismo. Suas figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.
• De 5 a 6 anos

Os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo.
• De 7 a 8 anos

O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas deixam de desenhar, se acham que seus trabalhos não ficam bonitos.
Como podemos perceber o linha de evolução é similar mudando com maior ênfase o enfoque em alguns aspectos. O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção direta, explorando diversos materiais, suportes e situações.
Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes buscamos interpretar os seus desenhos, devemos porem lembrar que a interpretação de um desenho isolada do contexto em que foi elaborado não faz sentido.
É aconselhável, ao professor, que ofereça às crianças o contato com diferentes tipos de desenhos e obras de artes, que elas façam a leitura de suas produções e escutem a de outros e também que sugira a criança desenhar a partir de observações diversas (cenas, objetos, pessoas) para que possamos ajudá-la a nutrisse de informações e enriquecer o seu grafismo. Assim elas poderão reformular suas idéias e construir novos conhecimentos.
Enfim, o desenho infantil é um universo cheio de mundos a serem explorados.
Referências Bibliográficas
LUQUET, G.H. Arte Infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.

MALVERN, S.B. "Inventing 'child art': Franz Cizek and modernism" In: British Journal of Aesthetics, 1995, 35(3), p.262-272.

MEREDIEU, F. O desenho Infantil. São Paulo: Cultrix, 1974.
NAVILLE, Pierre. "Elements d'une bibliographie critique". In: Enfance, 1950, n.3-4, p. 310. Parsons, Michael J. Compreender a Arte. Lisboa: Ed. Presença, 1992.

PIAGET, J. A formação dos símbolos na Infância. PUF, 1948
RABELLO, Sylvio. Psicologia do Desenho Infantil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.

READ, HEBERT. Educação Através da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1971.

RIOUX, George. Dessin et Structure Mentale. Paris: Presses Universitaires de France, 1951.

ROUMA, George. El Lenguage Gráfico del Niño. Buenos Aires: El Ateneo, 1947.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Ministério da Educação e do Desporto, secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.

O Conhecimento Da Lingua Desenv Consciencia Fonologica Pdf[1]

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Conversas psicopedagógicas

E aí??? Qual é a queixa?!?

O fracasso escolar não pode ser visto isoladamente, mas pensado em alguns aspectos e questões: em qual sociedade vivemos e o que ela proporciona para os indivíduos? Como é a organização da escola? Que questões permeiam essa escola? Como o aluno é influenciado externamente e como constrói o aspecto interno? O fracasso ou sucesso de um aluno poderão estar atrelados ao modelo de escola, constituições familiares e demais ambientes.

Nossa sociedade valoriza o domínio da leitura e escrita como fator imprescindível para a inserção e manutenção na mesma. Esta leitura de mundo se faz Em uma sociedade na qual a escrita não é parte integrante da cultura não existe a necessidade de domínio sobre a mesma. Mas, em sociedades como a nossa, o domínio da leitura e da escrita se faz imprescindível para que o sujeito seja aceito. A não adequação a determinados parâmetros educacionais faz com que uma boa parcela da sociedade fique à margem e seja, conseqüentemente, excluído da escola.

Baseado nesta idéia, a Psicopedagogia contribui atuando, de forma a ajudar os sujeitos com dificuldades de aprendizagem. Para um melhor esclarecimento, serão abordadas questões referentes à Psicopedagogia. O trabalho será dividido em: conceito de psicopedagogia, configuração clínica da prática psicopedagógica e a importância das teorias que embasam o trabalho psicopedagógico.

I.Conceito de psicopedagogia: uma prática para além do conceito teórico:

Para definir o conceito de psicopedagogia serão apresentados os três momentos históricos responsáveis para a evolução do conceito da mesma no Brasil.

Os professores que atuam nessa área podem ser: pedagogos, fonoaudiólogos, porém, em nível de pós-graduação.

A psicopedagogia nasceu na década de 60 na fronteira entre, a Pedagogia, Psicologia e a Medicina (neurologia), tinha como objetivo atender as crianças com “distúrbios” neurológicos, na qual afetavam diretamente a aprendizagem. Os distúrbios eram analisados de forma individual, de origem psiconeurológica. As crianças eram consideradas inaptas para atuarem e se desenvolverem dentro do sistema educacional convencional. Logo, o psicopedagogo neste primeiro momento histórico, tem como objeto de estudo os distúrbios de aprendizagem (problemas neurológicos), sendo os responsáveis pela má atuação do indivíduo na escola. O objeto era o sujeito que não aprende, logo deveria ser encaminhado para psicólogos, reeducadores ou neurologistas. A prática psicopedagógica visava o desenvolvimento de metodologias que dessem suporte ao indivíduo portador de dificuldades (crianças especiais). Enfim, a psicopedagogia trabalha com crianças com necessidades especiais que eram rejeitadas nas escolas ditas regulares.

No segundo momento (década de 70 e 80), houve uma preocupação com o processo de aprendizagem. Este momento se caracteriza pela interdisciplinaridade, isto é, outras ciências como a Psicanálise, Lingüística, Psicolingüística, Psiconeurologia e Psicologia Genética, além da Pedagogia e Psicologia iriam auxiliar a prática psicopedagógica. Tais ciências se interligaram a Psicopedagogia com a finalidade de melhorar a compreensão do fenômeno de aprendizagem humana.

De acordo com Kiguel (1987), o objeto de estudo está sendo estruturado, em torno do processo de aprendizagem humana, incluindo seus padrões evolutivos regulares, patológicos e da influência do meio (englobando a família, escola e sociedade) no seu desenvolvimento. A aprendizagem, neste período, é vista como um processo, na qual participa um equipamento biológico com disposições - que influenciam e são influenciadas pelas condições socioculturais do sujeito e do meio - afetivas, emocionais e intelectuais que interferem direta ou indiretamente na relação do sujeito com o meio.

Contudo, o processo de aprendizagem não é conduzido por um só caminho, sendo complexo e individual. O psicopedagogo tem um caráter interdisciplinar, possuindo uma visão mais psicológica, psicanalítica, fonoudiológica e psicomotricista. Enfim, um profissional mais apto e formado para poder atuar no desenvolvimento cognitivo do sujeito com dificuldade de aprendizagem.

Já no terceiro momento, a preocupação está voltada no ser em processo de construção do conhecimento, na qual, segundo Maria Cecília, o trabalho psicopedagógico não se dá entre o psicopedagogo e o processo de construção de conhecimento e, sim, entre o Psicopedagogo e o ser em processo de construção de conhecimento, que é o ser cognoscente.

O ser cognoscente é o ser de razão, emoção e relação, havendo uma necessidade de olhar o sujeito contextualmente e biologicamente, sendo um ser pluridimensional. Este é o nosso objeto de conhecimento. Enfim, de acordo com os três momentos apresentados pode-se concluir que a psicopedagogia caminha em direção à busca da transdisciplinaridade em um movimento compatível com o mundo atual - individual e relacional, que inclui o sujeito como essencial, inserido em redes de conexões com o universo que o cerca, assim assume um importante papel frente à concepção de conhecimento que atende aos desafios presentes. Ela já é em si mesma, uma resposta para atender aos desafios.

II. Configuração Clínica da Prática Psicopedagógica (Psicopedagogia institucional e clínica):

O trabalho psicopedagógico, implica compreender a situação de aprendizagem do sujeito, individualmente ou em grupo, dentro do seu próprio contexto. Esta compreensão requer uma modalidade particular de atuação para a situação em estudo, o que significa que não há procedimentos predeterminados. Nádia Bossa define esta característica como configuração clínica da prática psicopedagógica. A metodologia do trabalho vai tecendo na medida em que a problemática aparece, na qual cada situação é única e requer do profissional, atitudes específicas em relação à situação apresentada. Independente do espaço em que a situação, citada anteriormente aconteça (na clínica ou na instituição) o trabalho assumirá uma configuração clinica, na qual conhece, investiga e diagnostica o sujeito, para a partir desse diagnóstico poder trabalhar com o problema (a queixa). Porém, de acordo com o espaço, instituição ou clínica, há metodologias específicas de trabalho. Para melhor compreensão, serão apresentadas tais metodologias na Psicopedagogia Institucional e em seguida na Psicopegagogia Clínica.

1. Psicopedagogia Institucional

A Psicopedagogia Institucional possui um caráter preventivo. Seu campo de atuação se dá nas empresas, creches, escolas e organizações assistenciais. Deterei-me neste trabalho na escola. O psicopedagogo irá assessorar a escola quanto à atuação junto aos alunos, pais e professores. Para que seja possível, é necessário que haja um trabalho preventivo sendo mais difícil do que a psicopedagogia clínica, porque há uma rede de pessoas envolvidas, sendo imprescindível saber a estória de vida dos alunos (quem são), seu meio social, a estrutura da escola, as comunidades próximas da instituição, as funções dos funcionários, quem são esses funcionários, quais problemas permeiam a escola, ou seja, os problemas externos (reativos) precisam ser analisados, logo o foco são os sujeitos e suas as relações. Enfim, a institucional analisa a escola, seus objetivos, as relações existentes e os sujeitos, porque tudo isso deve ser observado para poder entender a queixa do aluno, devemos analisar o contexto global, geral da escola, ou seja, as relações metodológicas, relacionais e sócio-culturais do ponto de vista de quem ensina e de quem aprende.

2. Psicopedagogia Clínica

A Psicopedagogia Clínica tem como campo de atuação consultórios e hospitais. Na Clínica o objetivo de investigação e intervenção é o ser cognoscente e sua relação com a aprendizagem. Sua finalidade é terapêutica. A Clínica investiga e analisa a queixa do sujeito (Como se dá essa queixa? Qual é? Porque foi elaborada?). Primeiramente é feito um diagnostico psicopedagógico (leitura da realidade do sujeito), nele será diagnosticado a queixa, havendo uma conversa com a família e todos os membros próximos do paciente. Em seguida será realizada uma entrevista só com a criança, podendo utilizar materiais como: lápis, caneta, papel, borracha, tinta, entre outros, na qual a criança poderá manusear livremente. Essa interação, com os materiais, já indicará alguns fatores para o psicopedagogo. Com a queixa devidamente diagnosticada o psicopedagogo trabalhará com as possibilidades e os limites do sujeito. Enfim, neste espaço o psicopedagogo busca não só compreender o porquê do sujeito não aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. A busca desse conhecimento inicia-se no processo diagnóstico, momento em que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder à intervenção, que é o próprio tratamento ou o encaminhamento.

III. Diagnóstico Segundo Jorge Visca:

Uma técnica diagnóstica utilizada e defendida por Visca é a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA)-sendo o contato inicial com o sujeito - a testagem das hipóteses - hipóteses elaboradas de acordo com a entrevista - a Anamnese e a Devolução da informação aos pais e paciente.

A realização da EOCA tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem do sujeito sendo sua prática baseada na psicologia social de Pichón Rivière, nos postulados da psicanálise e método clínico da Escola de Genebra (BOSSA, 2000).

Para Visca, a EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados. O mesmo consiste em solicitar ao sujeito que mostre ao entrevistador (psicopedagogo) o que ele sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa, após a seguinte observação do entrevistador: "este material é para que você o use se precisar para me mostrar o que te falei que queria saber de você" (VISCA, 1987). O entrevistador poderá apresentar vários materiais tais como: folhas tamanho A4, borracha, caneta, tesoura, régua, livros ou revistas, barbantes, cola, lápis, massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra-cabeça ou ainda outros materiais que julgar necessários.

O entrevistado tende a comportar-se de diferentes maneiras. Alguns pegam imediatamente o material e começam a desenhar ou escrever etc. Outros começam a falar, outros pedem que lhe digam o que fazer, e outros ficam paralisados. Neste último caso, Visca nos propõe empregar o que ele chamou de modelo de alternativa múltipla (1987, p. 73), cuja intenção é desencadear respostas por parte do sujeito. Visca nos dá um exemplo de como devemos conduzir esta situação: "você pode desenhar, escrever, fazer alguma coisa de matemática ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça..." (1987, p. 73).

No outro extremo encontramos a criança que não toma qualquer contato com os objetos. Às vezes se trata de uma evitação fóbica que pode ceder ao estímulo. Outras vezes se trata de um desligamento da realidade, uma indiferença sem ansiedade, na qual o sujeito se dobra às vezes sobre seu próprio corpo e outras vezes, permanece numa atividade quase catatônica. (Paín,1992). Piaget, em Psicologia da Inteligência, coloca que: ”O indivíduo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a reestabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo...” (PIAGET apud VISCA, 1991).

De acordo com Visca, o que nos interessa observar na EOCA são “... seus conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade horizontal e vertical etc (1987, p. 73).

É importante também observar três aspectos que fornecerão um sistema de hipóteses a serem verificados em outros momentos do diagnóstico:

• A temática - é tudo aquilo que o sujeito diz, tendo sempre um aspecto manifesto e outro latente;
• A dinâmica - é tudo aquilo que o sujeito faz, ou seja, gestos, tons de voz, postura corporal etc.). A forma de pegar os materiais, de sentar-se são tão ou mais reveladores do que os comentários e o produto.
•O produto - é tudo aquilo que o sujeito deixa no papel. (Visca,1987,p.74)

Visca (1987) observa que o que se obtém nesta primeira entrevista é um conjunto de observações que deverão ser submetidas a uma verificação mais rigorosa, constituindo o próximo passo para o processo diagnóstico.

É da EOCA que o psicopedagogo extrairá suas hipóteses iniciais e definirá sua linha de pesquisa. Logo após são selecionadas as provas piagetianas para o diagnóstico operatório, as provas projetivas psicopedagógicas e outros instrumentos de pesquisa complementares.

Visca reuniu em seu livro El diagnostico operatório en la practica psicopedagogica, as provas operatórias aplicadas no método clínico da Escola de Genebra por Piaget, na qual expõe de forma “resumida” os passos usados com grupos de estudo e cursos para o ensino do diagnóstico psicopedagógico, explicando o porque de cada passo. A aplicação das provas operatórias tem como objetivo determinar o nível de pensamento do sujeito realizando uma análise quantitativa, e reconhecer as diferenças funcionais realizando um estudo predominantemente qualitativo. (Visca,1995).

Segundo Weiss: As provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança (2003). A mesma nos alerta que não se deve aplicar várias provas de conservação em uma mesma sessão, para se evitar a “contaminação” da forma de resposta. É aconselhável que o psicopedagogo faça registros detalhados dos procedimentos da criança, observando e anotando suas falas, atitude, soluções que dá às questões, seus argumentos, como arruma o material. Isto será fundamental para a interpretação das condutas.

Em seguida será realizada a anamnese, na qual se verifica com os pais como se deu essa construção e as distorções havidas no percurso;... (Weiss, 2003).

A anamnese é uma das peças fundamentais deste quebra-cabeça que é o diagnóstico. Através dela nos serão reveladas informações do passado e presente do sujeito juntamente com as variáveis existentes em seu meio. Observaremos a visão da família sobre a história da criança, seus preconceitos, expectativas, afetos, conhecimentos e tudo aquilo que é depositado sobre o sujeito.

Segundo Weiss, o objetivo da anamnese é "colher dados significativos sobre a história de vida do paciente" ( Weiss, 2003, p. 61). Isto é, consiste em entrevistar o pai e/ou a mãe, ou responsável para, a partir disso, extrair o máximo de informações possíveis sobre o sujeito, realizando uma posterior análise e levantamento de mais hipóteses. Para isto é preciso que seja muito bem conduzida e registrada. Todas estas as informações essenciais da anamnese devem ser registradas para que se possa fazer um bom diagnóstico.

Encerrada a anamnese, a mesma deverá ser confrontada com todo o trabalho do diagnóstico para se fazer a devolução e o encaminhamento.
"(...) talvez o momento mais importante desta aprendizagem seja a entrevista dedicada à devolução do diagnóstico, entrevista que se realiza primeiramente com o sujeito e depois com os pais" (PAÍN, 1992).

Segundo Weiss, no caso da criança, é preciso fazer a devolução utilizando-se de uma linguagem adequada e compreensível para sua idade para que não fique parecendo que há segredos entre o terapeuta (psicopedagogo) e os pais, ou que o terapeuta (psicopedagogo) os traiu (1992). Alguns pais chegam à devolução sem terem consciência ou camuflam o que sabem sobre seu filho. É preciso tomar consciência da situação e providenciar suas transformações, caso contrário, não será possível realizar um contrato de tratamento.

Weiss orienta organizar os dados sobre o paciente em três áreas: pedagógica, cognitiva e afetivo-social, e posteriormente rearrumar a seqüência dos assuntos a serem abordados. É preciso ter um roteiro para que o psicopedagogo não se perca e os pais não fiquem confusos. Tudo deve ser feito com muito afeto e seriedade, passando segurança. Os pais, assim, muitas vezes acabam revelando algo neste momento que surpreende e acaba complementando o diagnóstico.

A importância das teorias que embasam o trabalho Psicopedagógico:

É importante ressaltarmos, que para conhecer os fundamentos da psicopedagogia é necessário, refletir sobre suas origens teóricas. Isto é, analisar as diversas áreas que contribuem para nortearem a prática Psicopedagógica.

Como já foi citado no início do trabalho, a Pedagogia e a Psicologia não são suficientes para apreender o objeto de estudo (processo de aprendizagem e suas variáveis) da psicopedagogia. Logo outras áreas, como a Filosofia, a Neurologia, a Sociologia, a Lingüística, e a Psicanálise, contribuem para a compreensão desse processo. Cada uma, de acordo com suas teorias, contribui pra uma melhor compreensão de como devemos trabalhar a prática Psicopedagógica quando o individuo apresentar uma dificuldade de aprendizagem. Porém, é importante frisar que nenhuma destas áreas surgiu especificamente para responder à problemática da aprendizagem humana. Elas nos fornecem meios para refletir cientificamente e operar no campo psicopedagógico.

Contudo, cada uma de sua maneira ajuda e auxilia o trabalho do psicopedagogo. Ou seja, o embasamento teórico da psicopedagogia beneficia o psicopedagogo em nortear seu trabalho, logo, é importante ter o conhecimento de várias áreas.

Janine Mery (1985)acredita que o psicopedagogo em seu trabalho deverá fazer com que a criança enfrente a escola de hoje e não a de amanhã. Esse enfrentamento, no entanto, não significaria impor à criança normas arbitrárias ou sufocar-lhe a individualidade. Busca-se sempre desenvolver e expandir a personalidade do indivíduo, favorecendo as suas iniciativas pessoais, suscitando os seus interesses, respeitando os seus gostos, propondo e não impondo atividades. Assim, tanto na área educativa como na saúde, pode-se considerar que o psicopedagogo tem uma atitude clínica frente ao seu objeto de estudo. Isto não implica que o lugar de trabalho seja a clínica, mas se refere às atitudes do profissional ao longo da atuação.

Referências Bibliográficas:


BOSSA, Nadia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

MOOJEN, Sonia Maria Pallaoro. Conceito de Psicopedagogia: uma prática para além do conceito teórico. Revista Psicopedagogia, v 18 (48), 1999, p.54 – 56.

PINTO, Marlene Dias Pereira. Aula expositiva da disciplina Psicopedagogia I, ministrada dia: 30 de Agosto de 2006.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médica, 1985.
_________. Dificuldades de Aprendizagem: O que são? Como Tratá-las? Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 2000.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto Alegre, Artes Médicas, 1987.
____________. El diagnostico operatorio en la practica psicopedagogica. Buenos Aires, Ag.Serv,G,. 1995.
WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.

_____________. Psicopedagogia Clínica, Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.

DIA DO CIRCO - 27 DE MARÇO



O dia do circo foi criado em homenagem ao palhaço Piolim, Abelardo Pinto, que comandou o circo Piolim por mais de trinta anos.

Seu pai havia sido dono de circo quando esse era pequeno, local onde aprendeu a tocar violino, a fazer contorcionismos e acrobacias.

A data foi instituída em razão de seu nascimento, no ano de 1897, em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo.

Abelardo chegou a fazer espetáculos beneficentes, junto com um grupo de artistas espanhóis, que lhe deram o apelido de Piolim, que significa barbante, devido às pernas compridas e também por sua magreza.

Piolim era engajado com os movimentos artísticos e culturais, sempre preocupado em divulgar a arte como forma de expressão cultural.

Foi homenageado pelos intelectuais da semana de arte moderna (Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfati, e outros) em 1922, como o maior artista popular brasileiro.

Em dois de agosto de 1931 recebeu uma homenagem de Mário de Andrade, através de uma crônica que demonstrava seu encantamento com a arte do circo de Piolim.

Um dos maiores sonhos desse palhaço era montar uma escola circense, para manter as tradições artísticas e culturais do circo, mas morreu antes de concretizá-lo, aos 76 anos de idade, no ano de 1973.


Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola


FONTE: http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-circo27-marco.htm
FONTE TELA: http://entertainment.howstuffworks.com/paintings-by-georges-seurat5.htm

OS DIREITOS DOA ANIMAIS

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Falando sobre a Epistemologia Genética - Jean Piaget

Uma das questões principais no trabalho de Piaget é a solução da pergunta sobre como é possível para o ser humano adquirir e criar o conhecimento. Especialista em psicologia evolutiva e epistemologia genética, o pensador promoveu diversas pesquisas e estudos sobre o tema do conhecimento e aprendizagem, sendo um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento da psicologia científica contemporânea, em especial na área do comportamento cognitivo.

É sempre bom saber...

MEC: http://portal.mec.gov.br/mec/

LDB: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm

ECA: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm

Ser professor é...


... Professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...


... Consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, cada dia é única e original...


... Entrando cansado numa roda e, diante da reação do grupo, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...


... Importar-se com o aluno numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado...


... Ter a capacidade de “sair de cena, sem sair do espetáculo”...


... Apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés.