FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO...

"As crianças são seres sociais, têm uma história, pertencem a uma classe social, estabelecem relações segundo seu contexto de origem, têm uma linguagem, ocupam um espaço geográfico e são valorizadas de acordo com os padrões do seu contexto familiar e com a sua própria inserção nesse contexto. Elas são pessoas, enraizadas num todo social que as envolve e que nelas imprime padrões de autoridade, linguagem, costumes."

Sonia Kramer

FONTE: http://www.mre.gov.br/dc/textos/revista7-mat8.pdf

sábado, 16 de outubro de 2010

NATAL? JÁ?!?!?

Os dias parece que passam a cada ano mais rápido, puxa! Outro dia passando por uma loja, percebi que já estão se preparando para o Natal. Nossa! O dia das crianças foi "ontem"!

Em breve algumas postagens natalinas, ok?!
Bjokas e bom final de semana!

Festa das Crianças

 Foi um dia de muita diversão para as crianças da E.M. Barro Branco!


Presenciar aqueles sorrisos... 
NÃO TEM PREÇO!





terça-feira, 12 de outubro de 2010

REFLEXÃO


“Mesmo que não percebamos, nossa práxis, como educadores, é para a libertação, dos seres humanos, sua humanização ou para a domesticação, sua dominação”. (Freire in Barreto, 2004)


Araújo (2005) coloca que a escola objetiva disponibilizar as mesmas condições de de ensino e aprendizagem. Como? Assim podemos entender que o sujeito único e pluridimensional, está sendo desconsiderado. Dessa forma, as particularidades de cada aprendente estão sendo descartadas e estes devem ser enformados para que se produza a sociedade que se deseja.

De acordo com Araújo  a Educação Básica, "produz" sujeitos que ao final deste período de escolaridade ainda não dominam a leitura e a escrita. Atualmente vivo esta realidade. Trabalho em uma escola pública no 3º distrito de Duque de Caxias (Estado do RJ) e percebo a grande diferença entre os dois públicos. Sempre trabalhei em escolas particulares e neste ano minha realidade mudou. E muito... 

Enquanto em muitas escolas particulares as crianças chegam ao 1º ano com excelentes conceitos construídos sobre a língua escrita (muitas já são capazes de produzir pequenos textos!), nas escolas públicas a realidade é outra. O contexto no qual estas crianças estão inseridas não é considerado no momento da escolarização. Apenas a educação dita elitista e muito distante daquilo o que é vivido por elas é levado para as salas de aula. Com isso, é nítida a falta de interesse das crianças pelos conteúdos. Afinal, o que lhes será realmente útil? De fato, se torna muito difícil para uma criança que mora em um município no qual muitas ruas não possuem água encanada, e que não saem de seus bairros por falta de condições financeiras, compreenderem o que são condomínios com piscina  e todo o tipo de serviços ali tão pertinho. Entendendo que a escola não possui a função de excluir, como a mesma é capaz de produzir excluídos, em larga escala?  
“Uma das principais tarefas da pedagogia crítica radical libertadora...é trabalhar contra a força da ideologia fatalista dominante, que estimula a imobilidade dos oprimidos e sua acomodação à realidade injusta, necessária aos movimentos dos dominadores. É defender uma prática docente em que o ensino rigoroso dos conteúdos jamais se faça de forma fria, mecânica e mentirosamente neutra”. (Freire, 2000)

Os materias didáticos produzidos para as escolas particulares é bem diferente daqueles que são distribuídos para as escolas públicas. Se fosse apenas o fato de serem livros "consumíveis" e "não-consumíveis" seria ótimo. Analisando ambos os materiais, fica muito claro o que se espera das crianças que são fruto das instituições educacionais públicas. Além da qualidade gráfica, há também, a supressão de conteúdos. 

Nessa “produção de excluídos” não podemos esquecer que a formação de professores é bastante deficiente nesse sentido. O curso em nível médio não forma profissionais, efetivamente, capazes de recriar a realidade vigente. Assim, é possível perceber que a reprodução das práticas já existentes se torna o caminho mais plausível aos olhos de quem acabou de entrar no mercado de trabalho e não sabe o que fazer com aquele “aluno impossível”, por exemplo.

É urgente que o sistema educacional considere as várias realidades presentes neste país de tamanho continental. Não é possível um único modelo de prova servir para avaliar todo o ensino de um país tão plural em sua cultura.

REFERÊNCIAS:
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 2004.
FREIRE, Paulo, Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
PINHEIRO, Odnea Quartieri Ferreira. Fundamentos da Psicopedagogia. POSEAD,2010.

Silvana Fernandes. Graduada em Pedagogia (habilitações em EJA e Magistério das Matérias Pedagógicas), UERJ, 2001; Pós-Graduanda Psicopedagogia POSEAD; Profª Ed. Infantil e 1º Ano de Escolaridade - S.M.E. Duque de Caxias.

psico.silvanafernandes@yahoo.com.br


O BRINCAR À LUZ DA PSICOPEDAGOGIA


O BRINCAR À LUZ DA PSICOPEDAGOGIA
Santuza Mônica de França P. da Fonseca

O tema que queremos discutir é o brincar e suas implicações. A pergunta que aflora é: qual o objetivo do brincar na Psicopedagogia, no que vai nos ajudar e porque vamos propô-lo?
Iniciamos a discussão a partir de dois pressupostos:

  • Uma criança que não consegue brincar encontra-se com alguma questão na área do desenvolvimento que não vai bem.
  • O brinquedo para a criança tem o mesmo valor que tem o trabalho para o adulto.

A pessoa humana para estar bem precisa relacionar-se socialmente, trabalhar e amar. A criança saudável brinca e, dessa maneira, aprende a relacionar-se com o mundo adulto, a amar e sentir-se amada.
A importância que o trabalho tem para o adulto equivale à importância do brinquedo para a criança. Onde acontece a aprendizagem? A fim de refletir sobre essa questão, precisamos abordar a inter-relação da Psicanálise com a Psicopedagogia para identificarmos os dois mundos presentes: um mundo interno, da ordem da subjetivação, do desejo, carregado de emoções e um mundo externo, que é objetivo, lógico e social. É na intersecção desses dois mundos que acontecem o brincar e o jogar. E é nesse espaço que a criança, o adolescente e o adulto aprendem; no espaço da intersecção desses dois mundos que acontece a aprendizagem, o espaço transicional estudado por Winnicott. Situam-se aqui, o lugar do jogo e da aprendizagem, que diz respeito ao interno e ao externo ao mesmo tempo.
O brincar apresenta esquema semelhante ao aprender. A palavra do adulto, na criança, é substituída pela brincadeira e pelo jogar. Qual o tema das brincadeiras da criança, no consultório? No consultório, a criança traz os conflitos dela, ela brinca, então, a sua própria vida. Uma criança é capaz de passar através do jogo a um outro aquilo que lhe está faltando, ou parafraseando Gilberto Safra, o jogo das crianças denuncia um saber daquilo que não houve; aparece desenhado no jogo a expectativa de algo que não aconteceu -“o pai que jamais teve, mas que ele concebeu porque jamais teve”.
Na situação do jogo e da brincadeira, as crianças vão reproduzir esquemas próprios da vida e, dentro dos esquemas prévios de relação, vão surgindo os esquemas de suas vidas e os ensaios de papéis futuros que elas irão assumir durante a vida. Sendo assim, as crianças brincam, no consultório, os seus conflitos atuais e para ensaiar esses papéis; porquanto, elas vão, com isso, organizando suas estruturas nos momentos das brincadeiras, uma vez que para brincar elas necessitam antecipar, postergar, relacionar, verificar possibilidades, etc. Um exemplo a esse respeito que vale salientar é a construção das seqüências temporais pelas crianças. O psicopedagogo pode trabalhar essas noções através de histórias contadas, as quais serão recontadas pela criança, com cenários e com personagens e, nesse sentido, estará possibilitando a ela a aquisição desses conceitos.
A criança que não brinca está com seu discurso interno desestruturado e, a partir de um modelo oferecido pelo psicopedagogo, ela vai reconstruir o discurso, a ordenação, o termo-a-termo, a seqüenciação, a seriação, a classificação, a reversibilidade, etc. Outros exemplos podem ser citados e apresentados a partir de algumas histórias e que vão possibilitar momentos nos quais os pacientes poderão reconstruir algumas dessas noções.
Não se pode esquecer, contudo, o respeito também ao brincar solitário da criança, tão bem mencionado por Winnicott. A criança brinca só e o adulto não deve interferir, a não ser que seja convidado. Esse brincar é simbólico, uma vez que está sendo olhado pelo olhar psicopedagógico. Brincar não só para fazer a reorganização interna, mas, também, para ser observado pelo olhar terapêutico. O olhar terapêutico do psicopedagogo equivale à atenção flutuante “sem memória, sem desejo” do psicanalista.
Podemos recordar que, primeiramente a criança brinca com o próprio corpo; depois com os objetos do mundo externo e só mais tarde inclui o outro através dos jogos de regras. Nesse momento, o adulto entra como organizador do ambiente ao oferecer o que é adequado à criança.
Nesse sentido, chamamos à atenção sobre as duas modalidades de brincadeiras: a saudável e a patológica. A criança que repete pode estar querendo interiorizar um esquema de ação, automatizar um mecanismo. A criança que escolhe sempre a mesma coisa, não demonstra expectativa; essa repetição está a serviço não de interiorizar um novo esquema, uma vez que não está conseguindo enfrentar uma situação nova. Para o psicopedagogo, o brincar serve como um meio de desvelar conflitos; mostrar se aquele comportamento da criança frente ao brinquedo é saudável ou patológico e o uso que se pode fazer disso.
O psicopedagogo pode oferecer possibilidades que minimizem os traços patológicos da criança, todavia, deve sempre propor atividades que o paciente tenha condições de realizar. Através do brincar, o profissional pode identificar e compreender a modalidade de aprendizagem do paciente – se é predominantemente acomodativa ou predominantemente assimilativa –, se o paciente cumpre de forma satisfatória o que lhe é solicitado, entretanto, fica paralisado diante do conhecimento, podemos dizer que sua modalidade é predominantemente acomodativa; ao passo que, se ele cria desordenadamente, mas não consegue transformar para construir o conhecimento, denominamos sua aprendizagem como predominantemente assimilativa, conforme postularam Sara Paín e Alicia Fernández.
Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos revelar que os esquemas que a criança usa para organizar as brincadeiras são os mesmos que ela usa para lidar com o conhecimento. Nessa perspectiva, é fundamental esse entendimento a fim de que o psicopedagogo possa identificar e intervir positivamente nas dificuldades da criança.
Para que serve proporcionar, observar e compreender o brincar na Psicopedagogia? Qual é o fim desse brincar? E na Psicanálise, como atua?
Na Psicanálise, o olhar é para o inconsciente, interpreta-se o inconsciente a partir da conflitiva que vai remeter às relações passadas. A Psicopedagogia, por sua vez, trabalha com o que está posto, no aqui, no agora, na dificuldade de aprendizagem que se apresenta e cuja interpretação é da ordem do pré-consciente.
Referências:
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
SAFRA, Gilberto. Fenômenos e objetos transicionais. Série: A visão clínica de Gilberto Safra. Aula ministrada na USP em 23 de dezembro de 2004. São Paulo: Edições Sobornost, 2005. 1 disco óptico digital (58 min), DVD.
WINNICOTT, D. W. O Brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Santuza Mônica de França Pereira da Fonseca. Pedagoga, Psicopedagoga e Mestre em Educação. Atua como psicopedagoga no Centro Estadual de Educação Especial –CEEsp em Natal/RN. Professora substituta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no curso de Pedagogia.
Publicado em 16/05/2006 16:53:00

Santuza Mônica de França P. da Fonseca - Pedagoga, Psicopedagoga e Mestre em Educação. Atua como psicopedagoga no Centro Estadual de Educação Especial –CEEsp em Natal/RN. Professora substituta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no curso de Pedagogia.






Candido Portinari, Meninos Soltando Pipas, 1951.



domingo, 10 de outubro de 2010

Indicadores de Qualidade na Ed. Infantil

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