FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO...

"As crianças são seres sociais, têm uma história, pertencem a uma classe social, estabelecem relações segundo seu contexto de origem, têm uma linguagem, ocupam um espaço geográfico e são valorizadas de acordo com os padrões do seu contexto familiar e com a sua própria inserção nesse contexto. Elas são pessoas, enraizadas num todo social que as envolve e que nelas imprime padrões de autoridade, linguagem, costumes."

Sonia Kramer

FONTE: http://www.mre.gov.br/dc/textos/revista7-mat8.pdf

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Piso salarial de professores...

Encontrei esta informação em uma comunidade do Orkut e considero importante compartilhar:


Piso salarial de professores será de R$ 1.187

MEC esclarece que remuneração vale para quem trabalha 40 horas semanais. Reajuste foi de 15,85% em relação a 2010

Priscilla Borges, iG Brasília | 24/02/2011 15:42A+A-

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O salário mínimo do professor brasileiro deve ser a partir de agora de R$ 1.187,08. O valor é 15,85% maior do que o piso salarial de 2010, que estava em R$ 1.024,67. Em nota oficial, o Ministério da Educação explicou que têm direito a essa remuneração mínima professores de nível médio que trabalhem 40 horas semanais. Não há piso definido para quem trabalha apenas 20 horas semanais. O reajuste do piso salarial dos professores da educação básica – que ainda é alvo de ação na Justiça – foi calculado com base no valor mínimo gasto por aluno segundo o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Em nota, o MEC diz que todas as redes educacionais, públicas ou privadas, devem cumprir a determinação de aumentar os salários dos professores de acordo com o novo percentual, já que “essa remuneração está assegurada pela Constituição Federal”.

Continue lendo:
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/piso+salarial+de+professores+sera+de+r+1187/n1238111898415.html

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Colégio Universitário UFF

Colégio Universitário abre inscrições em nove áreas - Química, História, Matemática, Ciências Biológicas, Física, Geografia, Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Sociologia/Filosofia e Educação Artística. - Inscrições de 23 a 25 de fevereiro. --> Leia aqui o edital.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Baú de Ideias: A Escola

Baú de Ideias: A Escola: "A ESCOLA (Paulo Freire) “A escola é... O lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceito..."

Ruth Rocha

 Vale a pena conferir o site da Ruth Rocha. Há atividades interessantes, e claro, histórias!



Clicfilhos | Matéria: Livros que não envelhecem



A idéia do clicfilhos
é fruto da união de três mães atentas e conscientes de seu importante papel na família e na sociedade que resolveram unir esforços e criar um espaço de informação, serviço e orientação on-line. Ávidas por respostas comuns às dúvidas dos pais, aprofundaram-se numa pesquisa que revelou uma carência desse tipo de serviço no Brasil. O resultado do trabalho está aqui: um portal moderno e rico em informação, para você consultar sempre que quiser aprender mais sobre seus filhos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ed. Infantil

Entrei agora para o município do RJ e estou trabalhando com turma de 4 anos. Tenho ouvido MUITO falar em IDEB, 14º salário, etc. Sendo assim, as turmas de 1º ao 5º anos têm tido olhares mais cuidadosos para elas. Mas e a Ed. Infantil? Cadê o material??? É incoerente "iniciar" AQUELE trabalho no 1º ano de escolaridade, se partir do momento em que a cç está na escola ela merece atenção e educação DE QUALIDADE.

Eu trabalho pelo desenvolvimento, crescimento das crianças com as quais passo minhas manhãs e tarde (em Caxias, escola a qual se recusa a partcipar deste circo de horrores). Hoje, trabalhando com crianças no município, consigo perceber o verdadeiro sentido da profissão que escolhi.

Infelizmente muitos colegas já aderiram à essa competição descabida e se sentem ofendidos qdo encontram resistência. A prefeitura lança mão de variados recursos para "adoçar" o coração dos profs: notebook's, auxílio educação, 14º, e por aí vai.

PQ NÃO PAGAR UM SALÁRIO DESCENTE E PQ NÃO OFERECER CONDIÇÕES REAIS DE QUALIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO NOSSO TRABALHO??????

SOU PROFESSORA!!!! NÃO SOU PROSTITUA DA EDUCAÇÃO!!!!
ESSA SITUAÇÃO É VEXATÓRIA, CONTRADITÓRIA, INCOERENTE. IDEB??? Isso é uma piada de muito mau gosto... 
 
Lá vem ele de novo...
 
http://doweb.rio.rj.gov.br/sdcgi-bin/om_isapi.dll?infobase=17022011.nfo&jump=04&softpage=_recs#JUMPDEST_04

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA


Maria da Conceição Vieira e Eunice Barros Ferreira Bertoso


Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar o valor da contribuição da família diante de dificuldades de aprendizagem mesma relação de apoio a escola. Para realização dos estudos a abordagem metodológica utilizada foi a pesquisa qualiquantitativa. Para a coleta de dados foram utilizados questionários com questões fechadas e abertas. O estudo foi realizado com duas categorias de indivíduos: professores e pais.
Foram escolhidos numa amostra de conveniência, quinze pais e quinze professores do Ensino Fundamental I, de uma escola particular, confessional, da zona sul da cidade de São Paulo. Vários aspectos podem interferir positivamente ou negativamente na aprendizagem da criança e tanto a escola como a família tem papéis importantes e fundamentais no processo de aprendizagem.
Através de pesquisas e estudos de artigos foi obtida maior clareza sobre o tema e os resultados indicaram que pais e professores, tem se atualizado cada vez mais adquirindo diversas maneiras de trabalhar com as crianças, com a finalidade de incentivar a criança com dificuldade em seu universo escolar e familiar, alguns professores utilizam técnicas variadas e uma variedade de recursos que se completam. Uma porcentagem significativa da amostra, 80% apontam que os pais estão pesquisando para obter mais conhecimentos sobre as dificuldades de aprendizagem de seus filhos, enquanto 20% responderam que não fazem leitura a respeito do assunto. Quanto aos professores, 90% afirmaram que estão constantemente se atualizando sobre as dificuldades no processo de aprendizagem e somente 10% não se preocupam em pesquisar novos conhecimentos sobre este tema. Concluiu-se que diante das dificuldades de aprendizagem, a maioria dos professores e pais tem buscado ampliar conhecimentos para trabalhar com as crianças.
Palavras – chave: Dificuldades de aprendizagem, família.

ABSTRACTThis article aims to present the value of the contribution of family learning difficulties facing the same relationship to support the school. For such studies the methodological approach was to search qualityquantitative. To collect the data was used questionnaires with closed and open questions. The study was conducted with two categories of individuals: teachers and parents.
Were chosen on a convenience sample of fifteen teachers and fifteen parents of Elementary School, a private school, religious, south zone of São Paulo. Several aspects can interfere positively or negatively on learning of the child and both the school and the family is important and fundamental roles in the learning process.
Through research studies and articles were obtained greater clarity on the issue and the results indicated that parents and teachers, has been increasingly getting updated several ways to work with children, with the aim of encouraging children with difficulties in their universe school and family, some teachers use different techniques and a variety of resources that complement each other. A significant percentage of the sample, 80% indicate that parents are searching for more knowledge about the learning difficulties of their children, while 20% said they do not read on the subject. For teachers, 90% said they are constantly being updated on the difficulties in the learning process and only 10% do not bother to search for new knowledge on this topic. It was concluded that given the difficulties of learning, the majority of teachers and parents have sought to expand knowledge for working with children.
KEYWORDS: Learning disabilities, family 

INTRODUÇÃOHOUAISS (2004) Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa: “Família é um grupo de pessoas, formada, por pai, mãe e filho(s), que vivem sobre o mesmo teto.”
No processo de aprendizagem da criança, a família tem fundamental importância, pois ela desempenha um papel importantíssimo no desenvolvimento físico e psíquico da criança. A família exerce influência imensa na qualidade de vida de seus filhos.
WHITE (1990, p.17) “É no lar que a educação da criança deve iniciar-se. Ali está a sua primeira escola. Ali, tendo seus pais como instrutores, terá a criança de aprender as lições que a devem guiar por toda a vida, lições de respeito, obediência, reverência, domínio próprio.”
A família e a escola têm função em comum: mediar a criança para desenvolver-se nos aspectos social, intelectual, moral, físico e religioso. A criança vai adquirir e alimentar a sua auto-estima positiva, no decorrer do seu crescimento. A criança se sentindo segura perceberá que é capaz de aprender, passará a ter confiança em si mesma e carregará sentimento no decorrer de toda a sua vida, sempre acreditando que é possível vencer os obstáculos encontrados.
Quando as aprendizagens familiares são eficazes e prazerosas, a criança transfere o prazer de aprender também para as aprendizagens escolares. A participação da família no processo de aprendizagem é fundamental para a convivência com os seus semelhantes. Família e escola têm função em comum: auxiliar a criança  no desenvolvimento de todos os aspectos essenciais para o sucesso na aprendizagem, futuros cidadãos.
PINCUS E DARE (1987, p.68-89). Nesse sentido o autor descreve: “O sucesso da criança ao enfrentar as difíceis tarefas subjetivas ao longo do seu desenvolvimento depende, em grande parte, das condições psicológicas que os pais lhe oferecem, sem esquecer as próprias experiências infantis  dos  pais, assim  como  a   sua   relação conjugal,  são  fatores importantes no seu processo de interação com a criança. Vemos deste modo como os laços familiares são essenciais para a estruturação psíquica desde os primeiros anos de vida.”
É através da família que a criança relaciona-se com o mundo adulto e é no meio em que vive que ela aprende a conduzir seus afetos, avaliar as relações, receber orientações e estímulos para ocupar o seu espaço na sociedade.
Verificamos que a família é o alicerce de sustentação da criança, é através da família que a criança desenvolverá sua auto-estima, segurança, domínio próprio, confiança contribuindo para o desempenho de toda sua vida nos vários aspectos sociais e emocionais.
WHITE (2008, p. 61) “Na escola do lar, que é o curso inicial, deve-se utilizar o melhor talento. Sobre todos os pais repousa o dever de proporcionar instrução física, mental e espiritual ser o objetivo de cada pai alcançar para seu filho um caráter bem equilibrado e simétrico.”
Este artigo tem como objetivos; principal e secundários, apresentar a investigação realizada, analisar e estabelecer relações entre as dificuldades no processo de aprendizagem, da família e da escola, numa contribuição continuada.
As famílias não mantinham suas crianças em casa, pois deveriam aprender o ofício das pessoas de outras casas. A criança para as quais eram enviadas por muitos anos, não convivia com os pais e a relação sentimental entre pais e filhos era praticamente nula. A família estava muito preocupada com o desenvolvimento social - como eram vistos pela sociedade, e por esse motivo os filhos tinham que conviver com outras famílias para serem educadas e ensinadas.
A partir do século XV a educação começou a ser oferecida pela escola, o que possibilitou uma maior aproximação entre pais e filhos, quando o papel de levar para a escola passou a ser dos pais e não mais das outras famílias. A afetividade passou a ser presente no contexto familiar.
A família exerce um papel de grande importância na vida dos filhos; quando há aproximação sentem-se seguros e confiantes para conversarem. Constatamos que a família está  passando por  profundas  transformações,  preocupando-se mais com o bem
estar dos filhos – no que se refere à educação e saúde. O que antes não era prioridade, agora é. Os filhos estão sendo valorizados e reconhecidos pelos pais. A família está conquistando mais espaço.
É importante ressaltar que apesar das transformações que estão ocorrendo,na era pós-moderna a família ou os pais ainda exercem influência primordial na criação e formação da criança desde o seu nascimento até a vida adulta. A família é responsável pelo desenvolvimento saudável e construtivo dos filhos.
A mãe lembra-se dos fatos ocorridos em sua infância, lembra-se de alguém que cuidou dela, e de acontecimentos que marcaram sua vida de forma positiva e negativa. Os fatos vivenciados pela mãe em sua infância podem ajudá-la ou não em sua experiência materna.
Quando criança, os pais eram aprendentes e agora são ensinantes de seu(s) filho(s). Eles carregam uma grande bagagem de experiências, conquistas e todos esses conhecimentos serão transmitidos aos filhos através de seus gestos, palavras, exemplos e atitudes. Esta transmissão de valores deverá proporcionar um relacionamento melhor entre pais e filhos.
A união entre pai, mãe e filho(s) assegura o pleno desenvolvimento físico e emocional, essencial ao ser humano. A família é extremamente importante para o crescimento e desenvolvimento da personalidade do ser humano. O elo entre mãe e filho é muito forte, o que promove cada vez mais o vínculo entre ambos. A mãe tem a função de ensinar o seu filho e de promover a adaptação do mesmo no mundo. Na prestação de cuidados ao bebê, por meio de toques, da voz, e outros canais de expressão e percepção, mãe e bebê trocam amor e desejo um pelo outro. Tudo que ocorre a partir desta relação de um indivíduo pode contribuir para a formação de um indivíduo com caráter e personalidade marcantes.
A socialização da criança também dependerá do estabelecimento de limites - pois não ceder a todos os desejos dos filhos; também pode ser considerado fator. A
criança que experimenta a convivência com regras estará sendo educada para a vida em sociedade. Nem sempre a criança terá tudo à sua disposição, mas deverá lutar pela realização dos seus objetivos, respeitando os limites e regras sociais.
A imposição de limites aos filhos é uma questão muito importante, que deve ser desde pequenos praticada, pois exercerá influência no processo do desenvolvimento da sua socialização. Algumas crianças às vezes “abusam” do amor dos pais e procuram fazer artimanhas para conseguirem o que querem e quando os pais cedem à primeira vez, fica mais difícil evitar a próxima vez. No entanto quando os pais  habitualmente impõem limites, a criança passará a agir com cautela e o comportamento indesejado tende a cessar.
Os pais são os espelhos da casa. E os filhos refletem tudo o que se passa no lar. Isto pode trazer progressos ou não para o relacionamento social dos filhos. É preciso que haja um equilíbrio no lar para que os filhos mantenham um bom relacionamento afetivo e social.
A família é essencial também para um melhor desenvolvimento da aprendizagem escolar da criança.  Os pais devem estar em sintonia e transmitir aos filhos amor e paciência proporcionando assim um diálogo construtivo, que favoreça a aprendizagem da criança.
Quando não há sintonia entre os pais, o rendimento escolar da criança poderá diminuir. Alguns são exigentes para com os filhos, outros autoritários e alguns prometem coisas “se” ele melhorar o seu rendimento escolar; enquanto que outros ditam as regras de forma diferente. A criança poderá ficar confusa, e então não saberá o que fazer sofrendo vítima do prejuízo extensivo na escola.
O desenvolvimento do filho dependerá muito da sua criação, da sua vivência diária, dos exemplos dos pais. Por ex: se há hábito de leitura na família, se os filhos têm acesso a livros e revistas para manuseio, principalmente se os próprios pais acompanham de perto a vida escolar dos filhos.
Sabemos que os pais na maioria das vezes trabalham em tempo integral e com o avanço da modernidade feminina, as mulheres também assumiram responsabilidades trabalhando fora da casa, ficando mais tempo fora do lar, e isso diminuiu o contato com os filhos o que muitas vezes prejudica também o rendimento escolar dos filhos. No entanto devem disponibilizar um pouco do seu tempo para acompanhar a vida acadêmica do filho. Em casos de pais ausentes a aprendizagem escolar do filho é um grande fracasso, pois não há apoio e atenção devida.
Podemos certificar também que a criança vinda de uma família com maior número de irmãos, tem maior facilidade em adaptar-se socialmente, tornando-se “independente” mais cedo; enquanto que a criança que é filho único apresenta dificuldades ao relacionar-se socialmente, como por exemplo, na escola. Sendo assim, a criança pode apresentar um bloqueio em seu processo de aprendizagem.
Cabe a família influenciar a criança de forma positiva, porém também pode influenciar negativamente, dependendo de como são educados e ensinados para conviver harmoniosamente em sociedade.
VIGOTSKY (1988, p. 97-101) “Ao considerar a aprendizagem como profundamente social, afirma que quando os pais ajudam e orientam a criança desde o início de sua vida, dão a ela uma atenção social mediada, e assim desenvolvem um tipo de atenção voluntária e mais independente, que ela utilizará na classificação e organização de seu ambiente.”
Podemos perceber que as orientações que os pais dão aos filhos, desde o início de sua vida são fundamentais para o seu progresso social e pessoal, pois aprendem a ser pessoas humildes e solícitas.
A aprendizagem da criança se dá em primeiro lugar dentro do contexto familiar, onde há um primeiro contato, onde são aprendidos as primeiras lições e exemplos que perduram por toda a vida. É na família que ocorre o processo de humanização - a criança aprende valores, a ter respeito e a relacionar-se de forma saudável com outros.
É muito comum pensarmos que quando a família tem uma estruturação - está acompanhando em alguns  momentos a  criança  na  escola,  em  parte,  algumas  dessas
famílias tendem a acompanhar os filhos pressionando-os, isso não é nada bom para a criança, pois ela simplesmente irá dedicar-se à escola por medo dos pais, por não querer decepcioná-los. Na realidade o que acontece é que ela vai “decorar” o conteúdo, estudar naquele momento, e logo depois o esquecerá. As lições ensinadas de fato não serão um aprendizado significativo e duradouro, mas efêmero.
A questão da responsabilidade também influi na educação e aprendizagem dos filhos. Os pais em alguns momentos, como todo ser falho, pode ter medo de errar ao educar os filhos. Ter medo de errar sozinho, mas é exatamente nesse ponto que os pais devem estar unidos em sintonia, falando a mesma linguagem, dividindo as responsabilidades e trabalhando em conjunto. Assim ninguém se sentirá culpado pelos problemas apresentados por seus filhos, mas sim, ajudarão a evitá-los, pois os filhos vão se sentir bem, em um ambiente acolhedor e seguro com pessoas confiáveis.
Desatenção e hiperatividade são dois sintomas que comprometem a aprendizagem da criança. Isso ocorre devido às mudanças rápidas que a sociedade enfrenta; e a criança para adaptar-se, passa também por mudanças. Essas mudanças sofridas pelas crianças geram um baixo rendimento escolar, e interfere em sua personalidade como um todo.
POLITY (2001, p. 27) afirma que: “A dificuldade de aprendizagem pode ser definida como um sintoma psicossocial, com pelo menos três constituintes básicos: a criança, a família e a escola. Sua evolução está intimamente relacionada com a estrutura e dinâmica funcional do sistema familiar, educacional e social no qual a criança está inserida.”
A aprendizagem da criança está relacionada ao sistema familiar, educacional e social, em que a criança está inserida. O que nos dá a entender que estes três constituintes devem complementar um ao outro; e que quando são detectadas as
dificuldades de aprendizagem a culpa não é de um só indivíduo, mas de todos os envolvidos que devem fazer intervenções.
Numa perspectiva educacional, as Dificuldades de Aprendizagem (D.As) refletem uma incapacidade ou impedimento para a aprendizagem da leitura, da escrita, do cálculo ou para a aquisição de aptidões sociais.
Existem inúmeros fatores que podem desencadear problemas ou distúrbios de aprendizagem:
“Fatores orgânicos – saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada. Fatores psicológicos – inibição, fantasia, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição. Fatores ambientais - o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação.” José & Coelho (2002, p.23).
É recomendável que as D.As sejam identificadas o mais rápido possível. Os pais, professores e educadores devem observar atentamente a criança, frisando o seu comportamento - um conjunto de sinais, por exemplo: conhecer os dias da semana, manipular objetos, desenhar, subir, correr e etc. Quando constatada as dificuldades de aprendizagem, deve haver uma intervenção por parte de profissionais altamente qualificados e também dos outros envolvidos - pais, professores, para que este aluno não venha a ser um fracasso, mas sim que o ajude a reduzir o insucesso no quadro de D.A. O apoio ao professor e os trabalhos em parceria com coordenadores e gestores devem atender as reais necessidades dos alunos.
As dificuldades são detectadas também, quando a criança apresenta problemas emocionais graves e incapacidade ao realizar tarefas. Isso geralmente ocorre em um ambiente escolar, quando a criança passa a resistir a algumas normas impostas sobre ela. Ocorre então uma mudança no seu comportamento.
Quando os pais brigam, crises e conflitos ocorrem com freqüência. Os pais as vezes resolvem não se separar para manter uma boa aparência perante a sociedade e principalmente perante os filhos, tendem a pensar que os filhos ficaram bem; no entanto
esse comportamento só vai dificultar a vida pessoal do filho, desencadeando desordens anti-sociais. Nesse caso a família (os pais) tem que optar por uma decisão consciente e inteligente, que não prejudiquem os seus filhos, deixando-os neutros diante do relacionamento conjugal.
Método 
Para realização dos estudos a abordagem metodológica utilizada foi a pesquisa qualiquantitativa. Para a coleta de dados foram  utilizados questionários  constituídos de
um conjunto de questões fechadas e abertas, o estudo foi realizado com duas categorias de sujeitos: professores e pais.
Foram escolhidos numa amostra de conveniência, quinze pais e quinze professores do Ensino Fundamental I, de uma escola particular, confessional, da zona Sul da cidade de São Paulo. Os pais têm idade mínima de 29 anos e máxima de 52 anos, sendo 80% do sexo feminino, apresentam como título acadêmico 1º grau completo (10%), superior incompleto (30%) e 2º grau (60%). Os pais e professores foram convidados espontaneamente a participarem da pesquisa. Os professores têm idade mínima de 22 anos e a máxima de 40 anos, sendo 100 % do sexo feminino. Os professores (20%) apresentam como título acadêmico mais alto, pós – graduação, superior completo (70%) e superior incompleto (10%).
Os resultados foram analisados e organizados de acordo com as informações obtidas através da bibliografia consultada e da análise estatística das questões dos questionários. A interpretação final desses dados empíricos se dará combinando a consulta a literatura especializada com as percepções e ideias inferidas pelos pesquisadores no estudo do material coletado. Os resultados terão por base as contribuições dos sujeitos em questão. O primeiro contato com os participantes foi o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a participação da pesquisa, após aprovação do Comitê de Ética.
Resultados
Através dos dados levantados verificamos a importância do trabalho da família e dos professores no processo de aprendizagem da criança.
Este gráfico nos mostra uma porcentagem significativa, onde 80% dos pais afirmaram que estão pesquisando, para obter mais conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem de seus filhos, enquanto 20% responderam que não fazem leitura deste tipo de material. Quanto aos professores 90% afirmaram que estão constantemente se atualizando a este respeito. E somente 10% não se preocupam em pesquisar novos conhecimentos sobre este tema.
FERHAMAN KEITH e REIMERS (1987, p.80) Esse envolvimento parental diz respeito às interações dos pais na realização dos trabalhos escolares do filho e ao encorajamento verbal e reforço direto de comportamentos, o que supõe suporte e monitoramento das atividades diárias, contribuindo para produzir melhoras no desempenho acadêmico da criança.
Se todos os pais pesquisassem mais, mudariam seu comportamento e seriam bons exemplos como leitores aos filhos. Além do mais, a leitura aproxima as pessoas, seja lendo uma história, comentando sobre o assunto do livro, e uma variedade de atividades que podem ser desenvolvidas a partir do conteúdo lido, ou em família.
Quando os pais foram questionados sobre a importância da participação em eventos de integração nas relações família e escola, 67% priorizaram as reuniões de pais e mestres e 20% da importância aos programas oferecidos pela escola. Um percentual muito pequeno dos pais, apenas 10% responderam que só vão à escola quando são convidados a comparecerem diante das dificuldades que os filhos apresentam.
BARBOZA E LEITE (2004, p. 471) “A melhoria do processo de aprendizagem e conseqüentemente o letramento, pode ser conseguido, através de um trabalho integrado entre professor – escola – família – comunidade, no sentido de melhor desenvolver a prática educativa. Isto significa que o professor precisa entender como acontece aprendizagem, da leitura e da escrita, buscando as origens das dificuldades e do fracasso, devendo avaliar diagnosticar e, acima de tudo, estabelecer um rumo teórico de ação integrando o aluno, a escola e a família e a sociedade.”
Ao analisarmos os dados e cruzarmos estas informações com os estudos realizados, percebemos que é de fundamental importância a participação e envolvimento da família na escola. Não só nos possíveis problemas com relação à aprendizagem dos filhos, mais também nos eventos culturais, esportivos e sociais durante o ano letivo. Esta integração proporciona ao aluno segurança e confiança tanto com os pais quanto aos professores. O resultado desta união escola, aluno e pais significam educação sólida e garantida.
Nesta questão em que a escola convida os pais para participarem foram levantados dados de extrema relevância, sendo que 80% dos professores convocaram os pais para apontar dificuldades familiares que prejudicam o aprendizado, 10% para reclamarem do comportamento do aluno e 7% solicitarem o encaminhamento ou tratamento. Enquanto observa-se que 60% dos pais disseram ser chamados para apontamento de falha dos filhos, 20% reclamações de comportamento e 15% solicitação de encaminhamento.
Entende-se explicitamente nesta questão que os professores e pais ainda não construíram uma relação de diálogo, de respeito pelos conhecimentos e valores de cada uma das partes, com a intenção de obter um ganho na formação e aprendizagem do aluno com dificuldades no processo de aprendizagem.
BRONFRENBRENNER (1999, p. 28) “Enfatiza que: os três principais sistemas que afetam a criança em desenvolvimento são: família, a escola e o ambiente externo a estes dois contextos. Ele destaca a influência dos aspectos culturais, como crenças, valores, atitudes e oportunidades, que podem facilitar ou mesmo dificultar a evolução da pessoa. Por exemplo, se a escola acredita que os pais devem participar apenas contribuindo com a Associação de Pais, Alunos e Mestres (APAM) ou, somente, participando das reuniões bimestrais, eles certamente não serão convidados a discutirem aspectos ligados à concepção pedagógica de ensinos e aos processos de avaliação adotados. As crenças, valores e atitudes podem ser efetivas no estabelecimento de alianças e de um clima de cumplicidade entre pais e professores.”

Notou-se nesta questão que apenas 17% dos pais consideraram que deve haver um acompanhamento diário e constante nas atividades dos filhos. Nesta mesma questão 43% dos professores apresentaram preocupação com o acompanhamento dos pais diariamente. Na relação família escola 21% dos professores enfatizaram essa integração, 20% ressaltaram o apoio dos pais e 12% não detectaram as dificuldades de aprendizagem. Em contra partida 27% dos pais citaram como problemas de aprendizagem dispersão e agitação, 19% acreditam na estimulação da criança por meio de jogos e brincadeiras e a minoria de apenas 5%  não detectaram dificuldade de aprendizagem.
Piaget apud LAJONQUIERE (2002, p.128) “Em um primeiro sentido, pode-se dizer que a afetividade intervém nas operações da inteligência; que estimula ou perturba; que ela é causa de acelerações ou de atraso no desenvolvimento intelectual; mas que ela não será capaz de modificar as estruturas da inteligência enquanto tal... Em um segundo sentido, pode-se dizer, ao contrário, que a afetividade intervém nas estruturas da inteligência, que ela é fonte de conhecimento e de operações cognitivas originais. Numerosos autores têm sustentado este ponto de vista (...); e a continuação cita os nomes de Wallom, Malrieu, Ribot e Perelman..”
A família é a base de tudo na vida da criança, o lar é a primeira escola e os pais os primeiros professores. Neste sentido os pais e os educadores devem almejar um bom relacionamento e uma constante união, com a finalidade de ajudar a criança com dificuldade de aprendizagem, para que haja um crescimento satisfatório em seu rendimento escolar.
Constatou-se na questão da contribuição do professor diante das DAs, na visão de pais e professores houve significativa discrepância nas opiniões, onde 40% dos professores afirmaram a importância de metodologia facilitadora e apenas 7% dos pais consideraram o mesmo. Quando se refere a importância de observar  e dar estímulo ao aluno 24% dos pais declararam ser necessário essa observação, enquanto apenas 3% dos professores consideraram esse fator. Observa-se também que 27% dos pais focaram que os professores precisam ter mais paciência com as crianças e em contra partida 17% dos professores afirmaram que o incentivo a leitura é de maior relevância.
PAULO FREIRE (1987, p.149) “É de suma importância a presença constante e efetiva do professor uma vez que, este deve ser um observador, orientador, mediador e avaliador, na construção do conhecimento a ser elaborado  pelo aluno. Desta forma, a  aprendizagem  dar-se-á na relação de troca e interação entre ambos, e não o professor, como o detentor do saber e o aluno como um mero receptor.”
A contribuição na dificuldade de aprendizagem é muito importante não somente entre professores, escola e outros profissionais da educação, mas principalmente entre os pais e os educadores. Esta integração trará efeitos positivos e melhora no rendimento escolar.
Considerações finaisConcluímos que todas as crianças com dificuldades de aprendizagem têm direito de frequentarem escolas e estarem inseridas em um ambiente reestruturado às suas necessidades - com profissionais que façam intervenções - facilitando a sua aprendizagem.
A participação dos pais não deve ser só nas reuniões de “pais e mestres”, mas no dia-a-dia da criança. Eles devem mostrar curiosidade em relação ao que acontece em sala de aula reforçando a importância do que eles estão aprendendo, pois assim estarão contribuindo para o sucesso da aprendizagem.
         
O bom relacionamento entre escola e família deve começar muito antes do ato da matrícula. É dever dos pais prepararem o “pequeno” reforçando que a escola será um
lugar prazeroso, de convívio com crianças de sua idade, onde serão desenvolvidas diversas atividades além de brincar, conhecerão novos amigos, irão aprender muitas coisas importantes para a vida. Este estímulo deve continuar com a atenção diária dos pais no acompanhamento da vida escolar de seu filho seja na escola ou em casa.
Nas dificuldades de aprendizagem, tanto pais como os professores têem buscado novos conhecimentos para trabalharem com as crianças. Os professores utilizam cada vez mais técnicas de leituras diversas, brincadeiras, jogos e músicas, com a finalidade de melhorar a auto-estima e incentivar as crianças a um aprendizado mais significativo. 

Bibliografia
Referências
BRONFRENBRENNER,U.Environments in developmental perspective: Theoretical and operational models. Em S.L. Friedman & T.D. Wachs (Orgs.), Measuring environment across the life span: Emerging methods and concepts (pp. 3-28). Washington, DC: American Psychological Association. (1999).
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p.149, 1987.
FEHRMANN, P. G.; KEITH, T. Z.; REIMERS, T. M. Home influence on school learning: direct and indirect effects of parental involvement on high school grades. Journal of Educational . Research, p. 80, 330-337, 1987.
FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: uma abordagem psicopedagógica da criança e sua família. 2 ed. Porto Alegre:Artes Médicas, 1991.
HOUAISS, Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 2004
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática, p.23, 2002.
LAJONQUIERE, Leandro de. De Piaget a Freud: para repensar as aprendizagens. A (Psico)pedagogia entre o conhecimento e o saber. Petrópolis, RJ: Vozes, p.128, 1992.
PAIN Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
PIAGET, Jean..; INHELDER B.Gênese das estruturas lógicas elementares.Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
PINCUS, L., & DARE, C. Psicodinâmica da família (2ª ed., p. 68-89) Porto Alegre: Artes Médicas. (1987).
POLITY, E. Dificuldade de aprendizagem e família: construindo novas narrativas. São Paulo: Vetor, p.27, 2001.
SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola / - Rio de Janeiro: Wak Ed., p. 85, 2009
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 4 ed. São Paulo: Martins fontes, p.  97-101, 1988.
WEISS, Maria Lucia L.Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 10 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
WHITE, Ellen G., 1827-1915. Conselhos aos pais, professores e estudantes: princípios e métodos da prática educacional/Ellen G. White; tradução Isolina A.Waldvogel. -Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p.61, 2008.
WHITE, Ellen G. Orientação da criança. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 17, 1990.

Publicado em 12/01/2011 11:18:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Maria da Conceição Vieira e Eunice Barros Ferreira Bertoso - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Maria da Conceição Vieira: discente, UNASP.
Eunice Barros Ferreira Bertoso: Mestre, docente, orientadora, UNASP.
e-mail: euni.barros@bol.com.br



Alfabetização: 6 práticas essenciais | Língua Portuguesa | Nova Escola


É bem verdade que na Educação não há "receita de bolo" para a prática em sala de aula. Mas, claro uma ajudinha é sempre bem-vinda!









 Mais uma recomendação de matéria da revista Nova Escola. Vale a pena conferir!


Trecho de palestra de Emilia Ferreiro na 1ª Semana de Educação, em outubro de 2006, em que ela fala sobre a oposição entre alfabetização e letramento e entre construtivismo e método fônico.

Tudo sobre Planejamento


Tudo sobre Planejamento

Planejamento. Ilustração: Gabriel Lora Planejamento na rede de ensino Planejamento na escola Planejamento na sala de aula

Um guia com 110 links para você dominar a arte de planejar

Um bom planejamento requer ações em três esferas: a rede é responsável por dar as diretrizes gerais para o trabalho; o coordenador pedagógico deve organizar o planejamento da escola; e cada professor precisa definir suas atividades de sala de aula. Para ajudar nessa tarefa, preparamos este especial com tudo que você precisa saber em cada uma das esferas. Boa leitura! E, depois do merecido descanso de final de ano, mãos à obra!

Diretores de escolas públicas seriam os culpados? Claro que não!


Recebi este e-mail e considero pertinente ompartilhar com vocês:
 
Será que os governantes querem passar para a Sociedade a ideia de que os diretores de escolas públicas são os responsáveis pelo fracasso na Educação nas redes Municipal e Estadual do Rio ?..É o que parece ! As últimas medidas anunciadas pelos governos municipal e estadual nos levam a concluir isso.
A Prefeitura do Rio e o Governo do Estado estão mudando os critérios para escolha de diretores.Os professores interessados na função terão que fazer provas ou testes de gestão escolar, elaborar um plano de melhoria para a unidade, após participarem de um curso de preparação, com duração de 40 horas pela Internet. Ato contínuo, serão submetidos a uma eleição, caso tenham vencido as etapas anteriores.

Poderá se candidatar, na rede Municipal, quem tiver curso superior em qualquer área, não só naquelas ligadas à Educação.Os graduados em Direito ou Engenharia, por exemplo, poderão participar. Será que esta fórmula mágica melhorará o desempenho escolar? Já houve a época dos concursos(décadas de 40,50,60)  , a época deplorável da indicação de deputados e vereadores dos currais eleitorais (décadas de 70 e 80) , até que, na Rede Municipal, encontrou-se uma fórmula que vem dando certo.Por que mudar? A Comunidade Escolar vem fazendo a seleção com louvores durante todos esses últimos anos.É claro que há falha aqui ou ali, mas, no todo, o processo é o mais eficaz.O Estado deveria implantar esse método. E pronto!..Nada de complicar mais, pois a Rede Estadual de Ensino já está muito complicada.

Não seria melhor fazermos uma ampla discussão com o pessoal da Educação e com os CECs e Grêmios Estudantis a respeito do Projeto Pedagógico, do Plano de Carreira, dos mecanismos de Avaliação, das razões que levam à evasão do aluno e à repetência , da participação da família e da efetiva aplicação dos recursos destinados à melhoria do Ensino, passando pela questão salarial ?... Não seria mais pertinente debatermos a razão pela qual há grande evasão de profissionais de ensino para outras atividades econômicas e ampliarmos nosso estudo e nossas ações preventivas contra a violência nas escolas?

Não seria melhor que os profissionais fossem bem remunerados e estimulados a se reciclar? Não seria conveniente que o Governo Estadual construisse escolas para atender ao Ensino Médio, em lugar de usar os prédios municipais à noite, matriculando jovens de 13,14 e 15 anos de idade nesse horário absurdo para eles , pois , em uma Cidade em que os índices de criminalidade são altos, sair à noite é um risco? 

Como exigir de um pretendente a diretor "plano de melhorias para a escola", se todas as decisões chegam autoritariamente nas unidades, oriundas das CREs ou do Nível Central para que diretores e professores apenas sigam a receita, quase sempre de resultado maléfico? Hoje, os diretores não têm nenhuma autonomia. Bloquearam as iniciativas dos mais ousados em melhorar, em inovar,em criar...Querem o quê?

O número de projetos com nomes de pouca criatividade e eficácia discutível que chegam às escolas , sem a menor discussão com os professores que serão os seus aplicadores é absurdo.São "inovações do velho", ou seja, métodos já usados exaustivamente, mas que mudaram de nome e ganharam alguma roupagem com fins, apenas, de jogar para a torcida.Apresentam "o velho" como "novidade". E os menos avisados aplaudem ridiculamente.

Educação é coisa mais séria que isso e não depende só da Escola. Mudar método de seleção de diretores está me parecendo querer mostrar para a sociedade que acharam os culpados. Na verdade, são abnegados.Gente que emprega horas de sua vida, que deixa  de lado o seu  lazer ,que larga suas famílias e, ainda gasta do pouco que ganha em razão dos alunos e de sua consciência.Se a Escola Pública Estadual ainda existe é por conta desses diretores e dos professores que se dedicam aos jovens e às crianças que encontram em sala de aula. Não destruam o espírito público e o afeto desses professores por nossas escolas.Reflitam e reconsiderem...Não montem barreiras novas e esdrúxulas para a gestão da ESCOLA.

Célio Lupparelli
www.celiolupparelli.com 

 

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Boa leitura!

QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA...


QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA...
Rubem Alves
Crônica publicada no jornal Correio Popular de Campinas em 14/5/2000

Aforismo que repito sempre: ''Numa terra de fugitivos, aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo". O poeta T.S. Eliot, que o escreveu, pôs o fugitivo no singular: um ser solitário. E era assim que eu sempre me sentia, andando sozinho na direção contrária. Mas, repentinamente, descobri um outro "fugitivo", um velho de longas barbas e que fumava um charuto fedorento. Não gosto de cheiro de charutos. Mas gosto de companhia. Aproximei-me dele e o reconheci. O nome dele era Karl Marx. Fiquei espantado porque sempre pensei que ele se encontrava no meio da multidão dos que andam para frente, os modernos, eco­nomistas, cientistas, pois foi isso que sempre disseram dele os que se diziam seus intérpretes. De fato, as roupas que ele usava eram modernas, feitas de tecido fabricado naquelas tecelagens (que ele odiava) onde trabalhavam mulheres e crianças 16 horas por dia, para enriquecer os donos. Evidentemente faltavam-lhe tempo e habilidade para fazer o que fazia aquele outro retrógrado chamado Gandhi, que tecia seus próprios tecidos num tear doméstico que ele afirmava ter poderes terapêuticos e sapienciais. Percebi que ele era moderno por fora, mas o seu coração era retrógrado; andava para trás. Como o meu. 
 Psicanalista, presto atenção nos detalhes, os lapsus, e foi assim que descobri esse segredo que ninguém mais sabia: um pequeno texto... Ele dizia nesse texto que o operário, ao ver o objeto que produzira, tinha de ver o seu próprio rosto refletido nele. Cada objeto tem de ser um espelho, tem de ter a cara daquele que o produziu, Quando o operário vê seu rosto refletido no objeto que ele produziu, ele sorri feliz. O trabalho, com todo o seu sofrimento, va1eu a pena: foi dor de parto. Agora, meu leitor, peço-lhe: ande por sua casa e examine os objetos modernos que há por lá: liquidificadores, torradeiras, fogões, computadores. Olhando para eles, cara de quem você vê? Se, em vez de estar comprando um desses objetos numa dessas lojas que vendem tudo para fazer sua mãe feliz - eles, os vendedores, acham que sua mãe é muito curta de inteligência e de sentimentos -, você estiver numa exposição de arte (esculturas do Santos Lopes, esse extraordinário artista português, por exemplo) e você se apaixonar por uma delas, você poderá procurar um lugar, na escultura, onde ele colocou sua assinatura. Você compra a escultura, leva-a para sua casa, põe na sala, e se eu for visitá-lo, ao ver a escultura, direi imediatamente, antes de examiná-la: "Ah! Você tem uma Santos Lopes!" Todas as esculturas do Santos Lopes tem a cara dele (mesmo que ele não as assine; silo inconfundíveis!). Mas o nome de que artesão irei dizer ao ver seu liquidificador, sua torradeira, seu computador, sua esferográfica? Esses objetos foram feitos por pessoas sem nome. Foram produzidos em linhas de montagem. São todos iguais. Quando ficam velhos são jogados fora e outros, novos, também produzidos em linhas de montagem, são comprados. Operários que trabalham em linha de montagem não assinam suas obras (porque não são deles) nem vêem seu rosto refletido nelas. Foi isso que me fez concluir, a partir da pequena afirmação de Marx, que ele destruiria as linhas de montagem, se pudesse, voltando então a um tempo passado onde cada obra era espelho como assinatura.
Acontece que objetos com o rosto do artesão e assinatura não chegam para alimentar a economia capitalista, que tem uma fome insaciáve1. Marx sonhava com uma situação que já não mais existia - o ateliê do artesão medieval, cada artista, cada aprendiz, fazendo uma coisa única, que nunca mais se repetiria: em cada objeto o rosto de quem o produzira cada objeto uma experiência de felicidade narcísea. É isso que combina conosco, seres humanos, únicos, que nunca se repetem. Como são produzidos liquidificadores, máquinas de lavar roupa, computadores, automóveis? São produzidos numa "linha de montagem". De maneira simplificada: uma esteira que se mo­vimenta. Ao lado dela estão operários. Cada operário tem uma função específica. O processo se inicia com uma "peça original" à qual, à medida que a esteira corre, os operários vão acrescentando as partes que irão compor o objeto final. Nenhum operário faz o objeto, individualmente. Cada operário faz uma única operação: juntar, soldar, aparafusar, cortar, testar. O resultado da linha de montagem é a produção rápida e controlada de objetos iguais. A igualdade dos objetos finais é a prova da qualidade do processo. O que não for igual, isto é, o que apresentar alguma peculiaridade que o distinga do objeto ideal, é eliminado. A função da "peça origi­nal", como se vê, é a de ser simples suporte para as outras peças que lhe vão sendo acrescentadas. Ao final do processo a "peça original" praticamente desapareceu. No seu lugar está o objeto que vale pela sua função dentro do processo econômico.
Nossas escolas são construídas segundo o modelo das li­nhas de montagem. Escolas são fábricas organizadas para a pro­dução de unidades biopsicológicas móveis, portadoras de conhe­cimentos e habilidades. Esses conhecimentos e habilidades são definidos exteriormente por agências governamentais a que se conferiu autoridade para isso. Os modelos estabelecidos por tais agências são obrigatórios, e têm a força de leis. Unidades biopsi­cológicas móveis que, ao final do processo, não estejam de acordo com tais modelos são descartadas. É a sua igualdade que atesta a qualidade do processo. Não havendo passado no teste de qualida­de-igualdade, elas não recebem os certificados de excelência ISO-­12.000, vulgarmente denominados diplomas. As unidades biopsi­cológicas móveis são aquilo que vulgarmente recebe o nome de "alunos”.
As linhas de montagem denominadas escolas organizam-se segundo coordenadas espaciais e temporais. As coordenadas espa­ciais se denominam "salas de aula". As coordenadas temporais se “anos” ou “séries”.  Dentro dessas unidades espaço-tempo, os professores realizam o processo técnico-científico de acrescentar sobre os alunos os saberes e habilidades que, juntos, irão compor o objeto final. Depois ele passar por esse processo de acréscimos sucessivos - à semelhança do que acontece com os "objetos originais" na linha de montagem da fábrica, o objeto original que entrou na linha de montagem chamada escola (naquele momento ele chamava "criança") perdeu totalmente a visibilida­de e se revela, então, como um simples suporte para os saberes e ha­bilidades que a ele foram acrescentados durante o processo. A criança está, finalmente, formada, isto é, transformada num pro­duto igual a milhares de outros ISO-12.000: está formada, isto é, de acordo com a fôrma. É mercadoria espiritual que pode entrar no mercado de trabalho.
Aí O meu companheiro de direção contrária me perguntou se não seria possível mudar as coisas. Abandonar a linha de montagem de fábrica como modelo para a escola e, andando mais para trás, tomar o modelo medieval da oficina do artesão como modelo para a escola. O mestre-artesão não determinava como deveria ser o objeto a ser produzido pelo aprendiz. Os aprendizes, todos juntos, iam fazendo cada um a sua coisa. Eles não tinham de reproduzir um objeto ideal escolhido pelo mestre. O mestre estava a serviço dos aprendizes e não os aprendizes a serviço do mestre. O mestre ficava andando pela oficina, dando uma sugestão aqui, outra ali, mostrando o que não ficara bem, mostrando o que fazer para ficar melhor (modelo maravilhoso de "avaliação"). Trabalho duro, fazer e refazer. Mas os aprendizes trabalham sem que seja preciso que alguém lhes diga que devem trabalhar. Trabalham com concentração e alegria, inteligência e emoção de mãos dadas. Isso sempre acontece quando se está tentando produzir o próprio rosto (e não o rosto de outro). Ao final, terminado o trabalho, o aprendiz sorri feliz, admirando o objeto produzido.
São extraordinários os esforços que estão sendo feitos para fazer com que nossas linhas de montagem chamadas escolas fiquem tão boas quanto as japonesas. Mas o que eu gostaria mesmo é de acabar com elas. Sonho com uma escola retrógrada, artesanal...
Impossível? Eu também pensava. Mas fui a Portugal e lá encontrei a escola com que sempre sonhara: a "Escola da Ponte". Encantei-me vendo o rosto e o trabalho dos alunos: havia discipli­na, concentração, alegria e eficiência.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jogos de Leituras

Cores

Brincando com dobradura: O CIRCO

Festa do Folclore - O grupo prestigiou o Carnaval, dançando AQUARELA BRASILEIRA




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Eleição dos animais (2010)




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PRA GENTE PEQUENA

Calendário 2011 da Turma da Mônica (com datas)

Calendário 2011